Um grupo de arqueólogos descobriu no Monte Sião (Israel) novas evidências da conquista de Jerusalém pela Babilónia entre 587 e 586 a.C., um acontecimento narrado na Bíblia.

O local da escavação está dentro do parque Sovev Homot, administrado pela Autoridade de Natureza e Parques de Israel. A descoberta inclui um depósito com cinzas, pontas de flecha, vasos, lamparinas e uma importante peça de joalheria da época: um brinco ou pingente feito de ouro e prata. Também há sinais de uma estrutura significativa da Idade do Ferro. O projeto arqueológico chama‐se The Mount Zion Archaeological Project. É co‐dirigido pelo professor de história da UNC Charlotte, Shimon Gibson, pelo professor titular em Ashkelon Academic College e membro da Universidade de Haifa, Rafi Lewis, e pelo professor de estudos religiosos da UNC Charlotte, James Tabor.

«Para os arqueólogos, uma camada de cinzas pode significar várias coisas diferentes. Poderiam ser depósitos de cinzas retirados dos fornos; ou poderia ser a queima localizada de lixo. Entretanto, neste caso, a combinação de uma camada de cinzas cheia de artefatos, misturada com pontas de flechas e um ornamento muito especial indica algum tipo de devastação e destruição. Ninguém abandona as joias de ouro e ninguém tem pontas de flechas no lixo doméstico», disse Gibson, um dos diretores do projeto. Noutro momento, o especialista disse que «gosta de pensar» que está a escavar dentro das “casas dos poderosos” mencionadas no segundo livro de Reis 25,9. «Este lugar estaria numa localização ideal, pois fica perto do cume ocidental da cidade, com uma boa vista sobre o Templo de Salomão e o Monte Moriá, a nordeste. Temos grandes expectativas de encontrar muito mais da cidade da Idade do Ferro em futuras temporadas de trabalho», afirmou o especialista.

O incêndio e a conquista de Jerusalém e o desmantelamento do templo do Rei Salomão teriam sido cometidos há mais de 2600 anos por um comandante da guarda de Nabucodonosor, rei da Babilónia. Este acontecimento é narrado no livro de Jeremias 52,3‐34 e em 2 Reis 25,1‐9. A história indica que o então rei de Jerusalém, Sedecias, foi preso e levado para a Babilónia e os judeus foram deportados. Também assinala que o comandante da guarda, Nebuzaradan, «incendiou a Casa do Senhor, a casa do rei e todas as casas de Jerusalém, e incendiou todas as casas dos nobres. Depois, o exército dos caldeus, que estava com o comandante da guarda, derrubou todas as muralhas que cercavam Jerusalém». O cerco babilónico de Jerusalém durou muito tempo, apesar de muitos habitantes se terem querido render.